terça-feira, 27 de outubro de 2015

DA SUBLIME ALEGRIA DE CURTIR A COMPANHIA DE UM FILHO



Eu gosto de todos, eu disse todos, meus filhos.
Com uns o convívio é, mercê dos caminhos da vida, mais rarefeito; com outros, mais amiúde.
É a vida.
Tive sempre belíssimos momentos de alta cumplicidade com todos, eu disse, todos.
Esse menino de 19 anos que se chama Rudolf é o que, ao fim e ao cabo, ficou na minha volta.
É meu aluno, meu motorista, meu sócio na fazenda, mandaletinho da mãe dele, meu companheirinho de tênis ( futebol não deu mais para mim), ele gosta dos meus amigos, é meu assador preferido.
Pois ele, aproveitando que deu uma folga na faculdade, me apareceu ontem com seu autinho vermelho, aqui em Xangri La onde estou para preparar um recurso muito cabeludo.Trouxe seus livros de Direito, mais raquetes de tênis e alguns CDs.
Apeou do seu carrinho e sentenciou:
- vamos jogar uma simples, pai!
E lá nos fomos para a Saba.
Na volta ele parou no Avenida e proclamou:
- vamos assar uma carninha!
Ficamos até altas falando sobre mulheres e suas consequências, sobre preço do boi e sobre a Zwischenfeststelungsklage, que vem a ser a  famigerada ação declaratória incidental.
Hoje de manhã fomos à Saba jogar duplas.
Almoçamos salada de brócolis e repolho, mais feijão, arroz e bife.
De repente ele , após a sobremesa, sumiu.
Estava no sótão, sesteando, junto a seus livros, no espaço que ele demarcou como só dele.
Preciso mais para ser super feliz?