segunda-feira, 13 de outubro de 2014

PODEM ANOTAR - O PREÇO DA CARNE BOVINA VAI SUBIR. HÁ ESCASSEZ NO MUNDO E NO BRASIL TAMBÉM

Escrevam aí. Está cada dia mais caro manter uma fazenda de cria, ou recria, ou terminação  ou todas as fases. Como é justo e certo, temos que remunerar condignamente nossos empregados; temos que recolher os encargos sociais. Cada vez menos pessoas se dispõem a trabalhar no campo. Por isso temos que lhes dar muito conforto , facilitar sua vida, proporcionar cursos e os engajar em parcerias conosco.
E isso custa dinheiro.
Vejam o que me mandou um amigo da Bayer, MatheusTassotti

Baixa oferta de bovinos mantém arroba valorizada


Mercado do bezerro desvalorizou na última semana, mas o patamar está 27,3% superior ao mesmo período de 2013


Frigoríficos relatam dificuldade para adquirir novos lotes, principalmente pelo baixo volume de animais disponíveis

A oferta restrita de animais para abate segue sustentando as cotações da arroba. O Indicador Esalq/BM&FBovespa (estado de São Paulo) do boi gordo fechou a R$ 130,87 nessa quarta, dia 8, alta de 0,97% sobre a quarta anterior. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avanaçados em Economia Aplicada (Cepea), frigoríficos continuam relatando dificuldade para adquirir novos lotes, dado o baixo volume de animais disponíveis para comercialização no spot.

Nesse cenário, as escalas de abate têm se mantido encurtadas. No mercado atacadista da carne com osso da Grande São Paulo, houve valorização para as carcaças casadas bovina e de vaca no período.

No mercado de bezerro, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) fechou a R$ 1.052,88 no dia 8, baixa de 0,4% em sete dias. Apesar da queda, o atual patamar supera em expressivos 27,3% o de um ano atrás.

CEPEA

 

 

Oferta restrita sustenta preço global do boi


A oferta global de carne bovina vive um período de aperto. A maior parte das regiões produtoras e exportadoras do mundo já experimentam disponibilidade restrita de bovinos para abate e a expectativa é de que o aperto persista no restante de 2014 e entrando em 2015, segundo relatório trimestral do banco holandês Rabobank. “A demanda do consumidor e sua disposição para pagar estão sendo testadas mais do que nunca”, afirma o relatório.

De acordo com o banco, produtores de carne bovina em alguns países, como Estados Unidos, Brasil e Nova Zelândia, têm obtido preços recordes num cenário de oferta restrita e de demanda internacional forte. Mas as margens de processamento nessas regiões devem ficar sob pressão uma vez que há competição por matéria-prima. A boa notícia, avalia o Rabobank, é que no primeiro semestre deste ano – e também no terceiro trimestre – a demanda do consumidor parece não ter mostrado sinais de desaceleração, ajudando a manter as margens firmes.
O relatório destaca alguns mercados, como o Brasil, os EUA e a Austrália. Em relação ao Brasil, a avaliação é de que as exportações de carne bovina do país devem continuar a crescer nesta segunda metade do ano com a reabertura do mercado da China, mercado que esteve fechado ao produto nacional por conta de um caso atípico da doença da “vaca louca” registrado no Paraná em 2012. Além disso, observa o relatório, as sanções da Rússia às importações de carne de União Europeia, Estados Unidos e Austrália devem sustentar um aumento nas exportações de carne bovina do Brasil.

Mas, ressalta o banco, o embargo russo aos EUA e à Austrália – uma resposta a sanções impostas por conta do conflito na Ucrânia – deve ter impacto mínimo nos embarques desses dois países, uma vez que suas exportações para Rússia já vinham caindo em anos recentes, reflexo do aumento das dificuldades para comercializar com Moscou.

Ao mesmo tempo em que traça um cenário favorável para as exportações brasileiras de carne bovina, o banco holandês avalia que os consumidores brasileiros – pressionados pela inflação persistente – devem resistir a altas de preços, substituindo a carne bovina por outras proteínas.

Do lado da oferta, a expectativa do Rabobank é de que a produção ganhe força nos próximos meses no Brasil, uma vez que o gado bovino colocado em confinamento no inverno estará disponível para abate. Segundo o relatório, o confinamento deve atingir novos recordes em número de cabeças este ano, sustentado pela queda dos preços dos grãos usados na ração animal nos últimos meses. Mesmo assim a expectativa é de que os preços do boi sigam firmes no curto prazo e alcancem novos recordes por conta da demanda internacional forte.

Na Austrália, o abate total de bovinos excedeu 8 milhões de cabeças em 2013/14, depois de já ter alcançado essa marca um ano antes, relata o banco holandês. Grande parte desses animais eram fêmeas. Conforme o relatório, esta é a primeira vez em 35 anos que o país registrou dois anos consecutivos de abate acima de 8 milhões de cabeças. “Isso terá um impacto profundo na oferta e no rebanho no longo prazo (…) Com as exportações recordes da Austrália desde 2013, importadores irão certamente sentir o aperto quando a oferta de carne bovina do país começar a diminuir”.

Pelo que escrevem os analistas do Rabobank, a seca deve continuar a ser uma preocupação na Austrália. As atuais previsões climáticas indicam tempo mais seco do que o normal no período de setembro a novembro para partes do sudeste do país. Em outras regiões, as chances de clima mais seco do que o normal nesse período são parecidas. Diante disso, não há expectativa de recomposição do rebanho em larga escala.

Nos EUA, a expectativa é de que a oferta de boi gordo no quarto trimestre e no primeiro trimestre de 2015 seja apertada, como mostram os dados de confinamento, que recuaram nos últimos cinco meses. Assim, a expectativa é de que os níveis recordes de preços continuem, embora a magnitude dos aumentos deva ser inferior às de 2014, segundo o banco.