Como vocês sabem, meu deus preferido chama-se Wothan. Ele é
o cara. Chefe das Walküren ( as Walquírias, as lindas e peladas deusas que
levam os soldados mortos em batalha para o Walhalla ( pronuncia-se Wal –
hhhhalla e não valiala, seu tonto). Lá no Walhalla não é como no Céu que vocês
imaginam, ajoelhados todos, só rezando. Não. No Walhalla é tudo
alegria, me entendem?
Por isso, meu deus é o Wothan.
Ao contemplar a destruição da minha fazenda, fiz os ritos
secretos que minha vó Bertha Etges , née Schwemgber me ensinou e entrei em
contato com Ele, Wothan:
- Pô, glorioso deus! Como é que o Sr. deixou fazerem essa
puta destruição logo aqui? Eu até tinha botado um
adesivo no meu carro – “ Wothan é fiel”
- tu é muito burro mesmo, não viu que fui eu que evitei de
tu e de toda a tua turma aí morrer esmagado? Te meteram olho gordo e eu tive
que negociar com os do mal, tá me entendendo?
- mais ou menos, inefável Wothan
- pô, e tu não reconhece meu esforço?
- pensando bem , s s sim, onipotente deus.
- tá. Então sacrifica , em minha homenagem, teu vício nas
Freixenets. Pára de tomar essas aí e cambia para espumante brasileira
suave e rosé feita no nordeste! Ou toma Sidra argentina, aquela bem docinha.
- supremo deus. Então acolhe-me no Walhalla e poupa os meus!
Mas da Freixet Brut Cordón Negro não posso abdicar...
- tá, vou pensar no teu caso , disse Wothan e prometeu
trovões para a próxima quinta feira...