Oi,
lendo a história do Hermes Dutra,lembrei do meu grande amigo
Edio Müller, funcionário da CooperRoque da linha santa catarina Salvador
das Missões,que gostava de mate doce e quando me oferecia eu recusava ,com a
seguinte resposta:Edio mate doce é para mulher grávida quero mate amargo e
prontamente ele providenciava o chimarrão e iamos cada um com a sua cuia
falando sobre o serviço.
Algum tempo depois voltei na cooperativa, para comprar
algumas coisas para o enxoval do meu filho e ele prontamente veio com uma cuia,
é claro de mate bem doce.quando eu tomei ele prontamente me disse:Agora schwarz
vamos tomar toda essa térmica de mate doce que é para mulher grávida.Demos uma
gargalhada e é claro tomei toda a térmica de mate doce ,afinal tinha sido feito
com todo o carinho pelo meu amigo.
Eva M.R. Müller
Médica Veterinária
CRMV/RS 5047
Coordenadora
Centro de Controle de Zoonoses
Santiago
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Boa noite, Dr. Ruy.
Na condição de leitor de seu Blog, envio transcrição de um
tema constante na seguinte obra:
Vento
Sul: costumes campeiros. Raul Annes di Primio. Porto Alegre: Edigal, 2000.
Saudações,
Rafael Saratt Pereverzieff
Santo Antônio das Missões (RS)
Hábitos e Costumes – Matear Solito
Raul Annes di Primio
Há muitos anos
atrás, isto até a década de 40, uma doença que grassava impiedosamente era a
tuberculose e quando chegava ao extremo era denominada tísica. Não havia
tratamento, a morte era certa. Famílias inteiras tinham esse problema, aliás,
bem retratado no livro “De todo o laço”, do médico Blau Souza.
Como
o contágio era violento e vários membros da família adquiriam a doença, comum
em muitas e muitas moradias rurais, uma das medidas tomadas para evitar esse
contágio, acreditavam nossos antepassados, era eliminar o uso em comum do
chimarrão. Nesse sentido e com essa intenção preventiva, muitos adotaram o mate
individual. Cada um com sua cuia.
O
visitante de outra região, quando chega em uma casa que tem esse costume e o
desconhece, passa momentos de vexame. Muitas vezes o visitante se vê numa
situação de matear sozinho, embaraçosa, desajeitada, inclusive para cevar o
mate, em frente à família desconhecida que fica observando as dificuldades do mateador
solitário, que até se autojulga contaminante ou de mau aspecto.
Por
outro lado, quem toma seu chimarrão em roda gosta também, na parte da manhã,
ainda de madrugada, de chimarrear sozinho, para pensar e por suas “idéias em
ordem”.
Convivendo
com famílias que adotaram o mate individual, nos acostumamos a aceitar essa
discriminação, achando uma opção familiar ou individual, ainda que se tratando
do chimarrão que para o gaúcho é uma bebida social.
Em
muitas madrugadas nos acostumamos a ver no Castelo de Pedras Altas, na volta de
um prefixo de rádio amador, a família Assis Brasil, Dona Lídia, Quinquinha, e a
Menina Lídia, cada uma com seu mate, e, no entanto, nunca soubemos da
existência de moléstia contagiosa nessa família.
(Vento Sul: costumes campeiro. Raul Annes di Primio. Porto
Alegre: Edigal, 2000.)