Ruy, tua constatação é a realidade em todo o
Brasil. O que eu vejo de positivo nesse novo mosaico sócio-econômico que se
molda para milhões de pessoas é o estágio intermediário que qualquer nação em
crescimento atravessa. E é aí que a classe política brasileira se ferra em não
entender o que está acontecendo.
Esses milhões de brasileiros que emergiram da pobreza (não da miséria!) ainda estão no estágio do consumo e querem ter o direito, pela ordem: do fogão de cinco ou seis bocas, refrigerador duplex, freezer, micro-ondas, tv plasma (ou similares) "das grandes" (mínimo de 40 pol) na sala e nos quartos e, finalmente, o automóvel. Quando ficar completo esse perfil de consumidor, ele vai aprender a reclamar do aparelho que veio com defeito, do carro com falha mecânica, do apartamento que tem vazamento, por ai...
Sem se dar conta ele estará mudando de estágio e se tornando um cidadão, exigindo direitos quando se sentir em dia com suas obrigações. E como cidadão vai aprender também a escolher melhor os seus representantes. Ele vai se dar conta de que político também tem prazo de validade, como o seu iogurte. Não vai mais adiantar o espaço político na televisão quando o candidato promete consertar o que está "errado". Ano eleitoral é tempo de messianismo tosco e o cidadão vai se lembrando de promessas não cumpridas, algo assim como "vamos trocar a telha para não chover mais em sua casa".
O cidadão poderá distinguir quem tenta enganá-lo mais vez. Ora, a telha deve ser trocada em dia de sol e não em dia de chuva. Isso leva tempo, mas a base de tudo está nessa conscientização que começa a se formar no Brasil. E ela já começou no momento em que o pedreiro, a cozinheira, o eletricista levaram para suas casas bens de consumo que seus pais e avós não tinham e que sequer podiam sonhar em tê-los. Melhor não provocá-los nas urnas e nos seus sonhos...
Esses milhões de brasileiros que emergiram da pobreza (não da miséria!) ainda estão no estágio do consumo e querem ter o direito, pela ordem: do fogão de cinco ou seis bocas, refrigerador duplex, freezer, micro-ondas, tv plasma (ou similares) "das grandes" (mínimo de 40 pol) na sala e nos quartos e, finalmente, o automóvel. Quando ficar completo esse perfil de consumidor, ele vai aprender a reclamar do aparelho que veio com defeito, do carro com falha mecânica, do apartamento que tem vazamento, por ai...
Sem se dar conta ele estará mudando de estágio e se tornando um cidadão, exigindo direitos quando se sentir em dia com suas obrigações. E como cidadão vai aprender também a escolher melhor os seus representantes. Ele vai se dar conta de que político também tem prazo de validade, como o seu iogurte. Não vai mais adiantar o espaço político na televisão quando o candidato promete consertar o que está "errado". Ano eleitoral é tempo de messianismo tosco e o cidadão vai se lembrando de promessas não cumpridas, algo assim como "vamos trocar a telha para não chover mais em sua casa".
O cidadão poderá distinguir quem tenta enganá-lo mais vez. Ora, a telha deve ser trocada em dia de sol e não em dia de chuva. Isso leva tempo, mas a base de tudo está nessa conscientização que começa a se formar no Brasil. E ela já começou no momento em que o pedreiro, a cozinheira, o eletricista levaram para suas casas bens de consumo que seus pais e avós não tinham e que sequer podiam sonhar em tê-los. Melhor não provocá-los nas urnas e nos seus sonhos...