segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

DE MUDANÇAS E DISTÂNCIAS




Um amigo, muitos anos atrás, recebeu uma bolsa para estudar um ano  no estrangeiro. Foi. Quando voltou sua mulher lhe era estranha, tinham pouco a ver no cotidiano, na rotina. Separaram-se.
Um conhecido meu, gerente de banco, passava dizendo que seu sonho dourado era morar em Floripa. Um pouco antes da aposentadoria removeu-se para lá e foi muito cortejado. Que felicidade, que  paraíso. Aposentou-se e foi morar na Baía Norte. Meses depois estava reclamando do cheiro do esgoto, desses catarinas sem fundamento, etc
Voltou para sua querência.
Certo dia um amigo meu, o dr. Paulo Nicola, numa dessas conversas ao pé do fogo, lá no barranco do Tenis Club de Santiago me disse algo lapidar:
- Ruyzão: tem amigos que são bons para confidenciar, mas talvez não sejam para te acompanhar numa pescaria.
Assim é com a vida. Tem lugares bons de visitar num feriadão . Não mais que isso.
Vai morar lá definitivamente para ver o que é bom para a  tosse. O dia a dia esmaece os painéis multicoloridos, o cotidiano te deixa ver o lixo, o mau cheiro, a deficiência dos serviços. E a beleza merma com a sequência.
Escrevo essas mal traçadas por causa da post que fiz dizendo que amo P. Alegre, ops, seu maravilhoso Centro Histórico. Rendeu-me dezenas e dezenas de mails, uns dizendo que viram um papel atirado no chão do Theatro S. Pedro; outro, que  viu uma esmoleira na frente da Catedral.
Mas a maioria concordou comigo.
Então: qual é a verdade?
Creio ser a seguinte: todo mundo tem razão.
Amor não se explica.
Como diz a canção : " o amor quando acontece, a gente esquece que sofreu um dia..."
( fotos desde minha sacada)