Desde os
primeiros protestos, sejam em Porto Alegre ou nas demais capitais, e lá se vão
vários dias, imaginara que as Polícias Civis e Militares deveriam e poderiam
ter identificado alguns vândalos/ladrões e suas origens/razões. Por que não o
fizeram, ou não puderam, é outra questão a ser esclarecida.
Quando digo
origem e razão, quero dizer e perguntar se são simples delinqüentes e ladrões,
ou se representam “o braço armado” de tendências e organizações
sócio-político-partidárias. De antemão, sabemos da presença massiva de
anarquistas, movimentos punk e skinheads, que, regra geral, pregam a negação do
sistema através de contestações e atos violentos.
Pessoalmente,
já após o terceiro dia do movimento nacional, e dada a incidência, dimensão e
repercussão dos atos de vandalismo, defendia que deveriam encerrar os
protestos. E por quê? Primeiramente, porque em todos os sentidos o recado já
fora dado às autoridades. Em segundo momento, porque não há energia humana e
coletiva suficiente para manter tamanha, ordeira e organizada mobilização. E,
final, ultima e principalmente, porque o vandalismo em massa e crescimento está
desconstituindo a legitimidade dos protestos.
Os protestos
estão sendo usados pelos bandidos. Mais: o vandalismo está servindo de
argumento aos governistas para ideologizá-lo como um movimento de direita. Essa
imputação e conceituação não resolve os problemas reais da administração
pública e do país, mas interessa e convém política e eleitoralmente ao governo
federal.
Quem são os
vândalos – e o que pretendem - é uma pergunta que só será e seria respondida
com a prisão e interrogatório da maioria dos delinqüentes. Como isso ate o momento não foi feito, as
coisas continuarão como tal.
Encerro e
afirmo que é hora de parar com os protestos. Multifacetárias, particulares e
gerais, regionais e nacionais, e com toda a razão, as mensagens foram dadas.
Mas não tenho muita expectativa sobre seu futuro. O que alguns entendem como acolhimento das
propostas e subordinação político-governamental a vontade popular, entendo como
simples adequação e ganho de tempo.
Seremos
brindados com mais alguns procedimentos improvisados e de típico malabarismo, a
exemplo das propostas de constituinte e plebiscito. Ora, ora, um plebiscito
popular com mais de dez perguntas, pasmem, sobre direito e processo eleitoral,
é piada. As “coisas” não são assim tão simples.
Mesmo assim,
acredito que é hora de parar. Se continuarem os protestos, continuarão os
vândalos, os delinqüentes, os saques e as depredações. Situações que não interessam a quem realmente
quer mudar a nação!