Guri de oito anos. Chavarria,
localidade de Corrientes, República Argentina. Freio na mão, alpargatas e um
bom casaco, alí vai o garoto, quebrando a geada inclemente do in verno
correntino, varando o potreiro atrás do malacara para juntar os bois para
los arados. O desgraçado do malacara, um zaino enorme, era louco de tão manso.
Deixava chegar junto a ele, mas quando ia passar a rédea no pescoço, deitava a
correr e escapulia cinquenta metros. E lá ia o guri, furioso, atras do cavalo
fujão. Na segunda ou terceira tentativa, ele se deixava enfrenar e montar em
pelo.O frio era intenso; As pequenas sangas tinham uma camada de gelo por cima
e os poços a gente tinha que quebrar o gelo com a batida do balde. Hoje, no
conforto da cidade, relembro essas cenas e sei o quanto a geada era benéfica
para todos. Matava as pragas, fazia renascer o pasto novo na primavera e
aquecia a alma ao mesmo tempo que gelava o corpo.Abraço do Eliseu