quinta-feira, 2 de maio de 2013

AINDA A GEADA E A LUA - ÉLVIO LOUREIRO GENIAL



Mas Tchê, é verdade, estamos desaprendendo tudo que nossos antepassados trouxeram quando migraram para nossas regiões.

 
Outro dia estava tomando chimarrão passei pela frente de nossa catedral São João Batista observando aquela bela obra considerada em estilo gótico a maior da América Latina, são 82 metros de altura, fiquei pensando, na perfeição dos detalhes, nenhuma rachadura, nada, e hoje para se construir uma casa furam 8 metros de profundidade, várias estacas, ferro , caminhões de concreto, e passado algum tempo aparecem fissuras, infiltrações, e naquela época só utilizavam pedras de alicerce assentadas sobre areia.

 

A Lua servia de orientação para agricultura, lembro-me que se podava a parreira para frutificar em qualidade e produtividade na primeira lua nova de agosto, eu quando guri cortava o cabelo na lua crescente para fortificar as raízes, não deu muito certo, hoje corto na minguante para gastar menos com o barbeiro aqui da esquina.

 

Mudanças de Lua, e o vento, conforme o movimento das nuvens, já se dizia com precisão quando iria chover e se seria longa ou passageira.

 

Também é verdade as laranjas de umbigo precisavam de um grande geada para tornarem-se mais adocicadas, e o canivete que usávamos sempre no bolso para cortar e limpar as unhas dos pés, era úteis para descascar aquelas belas amarelinhas.

 

Quando se observava as formigas carregadeiras traçando um itinerário até o ninho se dizia que estavam armazenando alimentos para um período longo de chuvas, até o mugidos do gado no campo era sinal de tempestade ou ventania.

 

E as estrelas, se guiava pelas noites escuras, sob orientação da posição, hoje tem que estar equipado com GPS, e coisa e tal, e tem muita gente que não acha o rumo de casa, ou se perde pelo caminho, eu tinha um conhecido que tinha uma certa distrofia ocular, usava um óculos fundo de garrafa, a noite se atrapalhava todo, quando avistava uma luz vermelha, tinha que dar uma paradinha, até que se confundiu dirigindo, viu umas lanternas da cor predileta, quis entrar e bateu na traseira de um caminhão.

 

A vida moderna da cidade é isso mesmo que estamos assistindo, meio ultrapassados, o negócio é viver meio entreverado no mato, de onde um dia saímos para dar umas voltas e se perdemos, mas que nunca deveríamos ter saído.

 

Abraços - Élvio.