terça-feira, 23 de abril de 2013

SÓIS DE OUTONO


SÓIS DE OUTONO

                                               (NENITO SARTURI e RUY GESSINGER)

 

 

         A primeira neblina neblina, o fim do mormaço,

O alívio da chuva que veio do céu ...

As folhas maduras caindo do espaço

E as mãos levantadas num “graças a Deus”.

 

No meio da noite acordar de mansinho

Sentindo um friozinho que já principia,

Puxar as cobertas com todo o jeitinho

Deixando um carinho na pele macia.

 

 

   SE A SECA RESSECA E A GEADA CRESTA

   A FÉ QUE AINDA RESTA NOS FAZ RENASCER

   E OS SÓIS DO OUTONO QUE ESPIAM NAS FRESTAS

            APARAM ARESTAS E FAZEM CRESCER.

 

 

         A escola da vila, a igreja da praça,

O vidro que embaça tua forma difusa,

As ventas dos potros soltando fumaça

E o fogo de chão coloreando tua blusa.

 

Crianças correndo nos ralos quintais,

Adultos contando seus causos sisudos

E moços sonhando com seus madrigais

- É a vida pulsando acima de tudo.