SÓIS
DE OUTONO
(NENITO SARTURI e RUY
GESSINGER)
A primeira neblina neblina, o fim do
mormaço,
O alívio da chuva que veio do céu ...
As folhas maduras caindo do espaço
E as mãos levantadas num “graças a Deus”.
No meio da noite acordar de mansinho
Sentindo um friozinho que já principia,
Puxar as cobertas com todo o jeitinho
Deixando um carinho na pele macia.
SE A SECA
RESSECA E A GEADA CRESTA
A FÉ QUE
AINDA RESTA NOS FAZ RENASCER
E OS SÓIS
DO OUTONO QUE ESPIAM NAS FRESTAS
APARAM ARESTAS E FAZEM CRESCER.
A escola da vila, a igreja da praça,
O vidro que embaça tua forma difusa,
As ventas dos potros soltando fumaça
E o fogo de chão coloreando tua blusa.
Crianças correndo nos ralos quintais,
Adultos contando seus causos sisudos
E moços sonhando com seus madrigais
- É a vida pulsando acima de tudo.