Num dia de 1975 o caminhão encostou na casa da Ajuris em Santiago, onde eu era Juiz de Direito. Fora promovido para Ijui. Estava levando meus cacos para outra comarca. Ia com o coração pesaroso, pois me dera muito bem na então Santiago do Boqueirão, olhos nos olhos, gaúcha, campeira, valente, respeitosa, fina, erudita. Tenho dúvidas se Santiago está pior ou melhor. Não quero mais perquirir. Já me mudei de novo de lá, conquanto a adore.
Cheguei em Ijui e quem me recebeu foi um rapaz novo, serventuário da Justiça, o Ivanhoé Eggler Ferreira, esse blogueiro de São Paulo que vocês acompanham. Fiquei poucos meses em Ijui e pedi remoção para São Leopoldo. Ivanhoé também foi simbora.
Mas nesse período, eu, solito, muita tertúlia curti, Ivanhoé no seu violão e eu no meu violino. Foi uma fase conturbada para mim, achei melhor - e fiz bem - ir para o útero da mãe Grande P. Alegre.
E hoje, depois de 35 anos, atrasei um dia minha volta a P. Alegre e , sabendo que o Ivanhoe estava em Torres, chamei a ele e seu irmão a X. La e passamos horas de infinito enlevo, recordando coisas do passado. Ivanhoé cabelos totalmente brancos, magro, altivo, elegante, aprumado, com 61 anos, inteiríssimo.
Almoçamos em Atlântida e amanhã de novo nos encontraremos em P. Alegre.
É muita emoção rever um amigo cuja amizade perdurou sem embargo da distância.
Amanhã posto fotos.