Não me lembro de alguma vez ter ficado, em minha vida, tantas horas contínuas, ao lado de minha mãe, segurando sua mão.
Eu havia cruzado por Santa Cruz e visto a mãe bem rapidamente e não gostei de seu aspecto. Ela ainda estava em casa. Dirigi-me a Unistalda para onde fui resolver uns negócios. Pernoitei e saí de madrugada de volta a S. Cruz. Minha mãe deitada numa cama, em casa, dormindo. Sentei-me ao lado dela que, acordando-Se disse não estar fácil a coisa.
Imediatamente a baixamos ao Hospital. Ao dar entrada foi sedada e passou a receber oxigênio.
Dali em diante fiquei 14 horas ininterruptas ao seu lado, passando-lhe uma compressa na testa, auscultando sua respiração ofegante, acariciando sua mão, cantando os hinos em alemão que sempre entoávamos.
Testemunhei, segundo a segundo, a deterioração de sua pressão, dos batimentos cardíacos, do respirar ofegante.
Indescritível como é gratificante acompanhar quem nos deu a luz e iluminou nossa vida, nessa grande passagem para a vida eterna.
Minha maior surpresa foi constatar a enorme popularidade de minha mãe. Centenas de pessoas acorreram à sua despedida na Capela mortuária. Ministros e ministras de diversas religiões se revesaram na orações, em português e em alemão.
Não imaginava que o alemão estivesse ainda tão vivo em Santa Cruz.
Seu caixão foi depositado ao lado do de meu pai, falecido em l974.
Num belo final de tarde minha querida mãe subiu ao céu.
Obrigado a todos os amigos e amigas que se solidarizaram comigo e com toda nossa família.
Não estou mais triste, pois sei que essa mulher maravilhosa foi conduzida pelos anjos para perto de Deus.