quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
DONA LUDMILLA ESTÁ BRABA COM OS PASSARINHOS
Uma parreira é algo que não podia faltar em casa de alemão de Santa Cruz. Eu sei, eu sei: na região do Mosel de onde minha gente veio, as videiras são plantadas ao lado de um pequeno poste para que usufruam com mais proveito o sol. Como aqui é calor alucinado, o jeito foi imitar os italianos e gregos com as Weinlaub , ou seja, as parreiras suspensas.
Na minha casa paterna elas eram meu refrigério. Sob elas eu lia meus livros. Debaixo delas a gente se sentava nas terríveis tardes de verão para escapar do calor.
Pois agora minha mãe , que não quer ir para a praia para cuidar das uvas, está desolada. Os passarinhos comem tudo, não deixaram nada, nem para fazer uma schmier.
Ela sentenciou:
- esses passarinhos vieram tudo da colônia para a cidade, onde é mais fácil a comida.
respondo-te mãezinha querida: assim foi com as gentes. Ninguém mais quer trabalhar de colono nem de peão.Todos querem morar na cidade, se possível achar um osso na Prefeitura.
Acho que os guris tem que voltar a dar fundaços nos passarinhos.
Dra. Eva Müller: os passarinhos não têm mais predadores. Dá para voltar a atirar neles com arminha de pressão?