Como já asseverara, tirei uns dias para refletir e parar com a correria.
Os últimos, os passei sozinho no meu refúgio, com meu filho Rudolf .
Não tirei o carro da garage. Fizemos tudo a pé. Preparamos nossa própria comida e nós mesmos mantivemos a casa limpa.
Nesse ínterim, ouvimos música , lemos e conversamos.
O piá tem 16 anos mas constato que não o conhecia bem o suficiente. Desvelou-se uma alminha terna e carinhosa, mais do que eu pressentira.
Seu prazer era deixar minnha cama arrumada, colocando talco perfumado nos lençóis. O meu, sair de madrugada, ir na padaria e lhe deixar pronto o café com pão quentinho.
Jogamos futebol na chuva e andamos de bici. Cuidamos do jardim. Fizemos juntos aulas de tênis.
Dou-me conta de que às vezes damos prioridade aos bons amigos mas deixamos de lado um pouco os que estão em roda da gente, aguentando o tranco, nossas teimosias e manias.
Estou esgualepado e com algumas dores musculares. Mas acredito que ganhei muito em felicidade.
Fale mais com seus filhos.
Isso, é claro, não implica dizer-lhes sim para tudo.