Muitos anos como juiz e advogado e o meu tempo de vida me
ensinaram que certas afirmações populares estão certas: “ nada pior que o/ a ex namorado/a clandestino/a” é uma delas.
Quantas vezes vi “ namorado/as” juntarem provas de ocupação de hotéis,
bilhetes de passagem de avião, e mails, cartas, bilhetes, para ameaçarem seus
ex amores. Quando consultado por amigos aconselhava o seguinte: se
cederes um milímetro, em seguida ele/a vai te cobrar mais e isso se torna um saco sem fundo. Deixe
que ele/a te delate e aguenta o tirão que depois de um tempo saram as feridas e
ele/a não tem mais munição.
Mas as relações clandestinas são “ bombas relógio”, salvo se
os dois parceiros seguirem rigidamente uma certa “ética” de extremo respeito.
Então por que alguns detentores do poder caem nessa?
Pela prosaica razão de sermos animais como quaisquer outros
e, por esse ou aquel motivo, não conseguirmos sopitar nossos impulsos.
Além do que o amor é lindo.
Não é o dinheiro nem o poder que movem o mundo. É o sexo, mais do que o amor.
O homem que hoje está em todas as manchetes ( mas isso já se
sabia de há muito), teve um círculo próximo fiel e discreto. Ninguém
abriu a boca.
Agora chegaram na namorada dele.
Num outro país aconteceria um hara-kiri, um tiro na têmpora,
ou um sumiço “ad aeternum”.
Pelo que conheço de nossa cultura, isso não vai fazer
nenhuma mossa no prestígio do nosso galante e barbudo líder nacional .
Mas se ele não aderiu às travessuras de sua
changa, nem a instruiu, nem a encorajou, sai de lombo liso.