Mas não é propriedade exclusiva de seus " donos".
Não sei se por passividade ou o que uns meio que se adonaram de pensares e fazeres.
Mas agora a cousa está mudando.
Eu prometi para minha mulher e meus filhos não mais meter o bedelho naquele abelheiro. Mas como sou pitoco e honro minha história, reproduzo o artigo do inatacável Vulmar Leite:
Pensamento Único
Do Blog de
Vulmar Leite:
Em Santiago foi
decretado pelos donos da cidade que a verdade é uma só, a de que ninguém está
autorizado a fazer críticas contra as pessoas, instituições, gestores públicos
vinculados ao interesses dos lideres do partido dominante, exceto para
desqualificar, desmerecer, desfazer, distorcer fatos, obras e realizações dos
adversários e eventuais desafetos - nestes casos há licença compulsória. Também
estão livres para tecer loas aos simpatizantes da causa, desde que estes sejam
obedientes e não ofereçam riscos de pensar e assumir posições autônomas no
futuro.
Nossos
comunicadores, emissoras de rádio, jornais, e outros são constantemente
compelidos a guardarem silêncio sobre eventuais mazelas e desmandos que são
descobertos e que, em hipótese alguma, um órgão de imprensa que se preza deveria
silenciar. Há, na "entourage" de pessoas designadas para
exercer o papel de censores, aliás, são alunos e/ou discípulos daqueles que
cumpriram, num passado não muito distante, esse triste papel durante os governos
autoritários.
Na
nossa boa e valorosa Santiago esse procedimento funesto e antidemocrático está
profundamente enraizado nas atitudes e no comportamento de muitas
pessoas. Há os que provocam o temor e há os que têm medo. Nesses
quase quarenta anos de convívio com as pessoas desta terra, percebo que a
cultura do medo não se modificou com o advento da democracia e com a explosão e
acumulação do conhecimento universitário ocorrido nestes últimos 20 anos. Pelo
contrário, agudizou-se o comportamento medroso, sofisticaram-se os métodos de
coação e de controle das pessoas e, em consequência, o pensamento crítico, capaz
de promover e induzir o tão sonhado desenvolvimento econômico e social, não
prosperou em nosso meio.
As
mesmas ideias, os mesmos discursos, os velhos problemas e dilemas permanecem
vivos nas nossas rotinas. O nosso inconsciente coletivo, letárgico e apático,
não foi capaz de estimular a criatividade dos nossos lideres e empreendedores
para avançar na proposição e implementação de políticas públicas coerentes e
concernentes com o fantástico avanço da humanidade em todos os campos. O
conhecimento sobre a tecnologia moderna, artes, cultura, medicina, relações
sociais e humanas, valores morais e éticos, que são de domínio e de acesso
quase instantâneo por muitos, manejados com espírito crítico, autonomia de
pensar e agir, e de forma articulada, são passíveis de gerar projetos e
programas para proporcionar promover maiores e significativos ganhos de bem
estar social ao nosso povo.
Estas
reflexões que acabo de fazer são motivadas por fato que considero de extrema
relevância para romper com esse ciclo vicioso que denomino, na falta de uma
definição mais adequada, de cultura do medo, que é a orientação que está sendo
imprimida pela Rádio Verdes Pampas, agora sob a direção dos
santiaguenses Paulo Saciloto e Leudo Costa.
A
determinação de Paulo e Leudo é exatamente no sentido de provocar a livre
manifestação da população e estabelecer o contraditório no debate das questões
de interesse público, sem aceitar ameaças e atitudes coercitivas de qualquer
natureza, tais como, telefonemas impróprios,pagamento ou supressão de publicidade, pressão
sobre anunciantes privados, privilégios ilegais, entre outras, o que constrange,
deseduca, desinforma, avilta a infraestrutura de comunicação privada, postura
autoritária e equivocada que retrai e entrava o processo de desenvolvimento da
nossa terra.
A
ousadia desses Dois Filhos de Santiago prenuncia novos e promissores
tempos para Santiago, pela possibilidade de contribuírem com instrumento rádio,
de abrangência regional, para o livre debate, despartidarizado, sem peias e
tutelas, sem licença prévia de caudilhos ou chefetes políticos, sem dúvida vai
acordar e despertar o inconsciente coletivo da nossa gente e ajudar a espancar,
para sempre, do íntimo das pessoas, os sentimentos reprimidos que a impostura
herdada dos regimes autoritários lhes impingiu por tantas décadas."