terça-feira, 16 de outubro de 2012

AINDA PROFESSORAS, PROFESSORES E ESCOLAS. por elvio loureiro



 

       Estas lembranças nos convidam a refletir sobre a importância dos educandários que existiam até bem pouco tempo atrás no século passado, instituições forjavam caráter, constituíam valores, que hoje não mais existem , razão da decadência que vivemos.

 

       Estudei o primário em um Grupo Escolar mantido pelo estado, cujas lembranças me são muito gratas, de guarda pó engomado, calças azul marinho, sapatos com solado de pneu, com uma pastinha debaixo dos braços com um caderno, lápis, borracha e apontador; quanto orgulho e sonhos se passavam por nossa mente infantil. Lembro-me do primeiro dia de aula, da doçura da dona Amanda, já falecida, professora que nos alfabetizou, dos puxões de orelha, e até das reguadas que nos dava, cobrando capricho na caligrafia, e disciplina . A escola continua a mesma de mais de cinquenta anos atrás, no mesmo local, edificação deteriorada pelo tempo, tudo muito mal conservado, retrato fiel do comprometimento e importância que os governos dispensam para com a educação.

 

       Escolas privadas de qualidade destacam-se ainda hoje no cenário do ensino, a grande maioria de fundamentação religiosa, representaram importante papel na formação, seja no modelo de internatos, sistema existente de exitosos resultados, ou turnos integrais como forma de manter o aluno ocupado, ativo nas diversas maneiras de aprendizado, porém as oportunidades ainda são muito restritas, a grande maioria não tem acesso a escolas de qualidade.  

 

       Acompanhei os desfiles alusivos a Independência e Revolução Farroupilha, e observei com muita emoção dois grupos de instituições, um coordenado pela Brigada Militar e outro pela Polícia Civil. Trata-se de iniciativa que inclui crianças de vários bairros pobres dos cinturões da miséria e violência da periferia da cidade, os chamados Pelotões Mirins de policia, que ideia maravilhosa Ruy, todos fardados marchando com disciplina, que projeto digno de render as mais dignas homenagens aos seus idealizadores que certamente com escassos recursos criaram este belo exemplo de cidadania.

 

       Eu não concordo com as chamadas cotas de acesso a universidade, penso que trata-se de diferenciar, segmentar raças, preconceitos, coisas que nossa cultura ainda não havia sido estimulada; o caminho mais justo seria disponibilizar a todos o mesmo tratamento, as mesmas oportunidades, os mesmos acessos. Hoje já se fala em criar cotas reservadas para acesso as carreiras públicas, logo mais vem alguma lei obrigando a iniciativa privada a ceder vagas com este mesmo objetivo. A única orientação governamental de inclusão social que acho maravilhosa, são a cotas destinadas a pessoas portadoras de alguma deficiência física ou mental, esta sim resgata o sentimento de solidariedade, de respeito, de convivência harmoniosa, exercício de amor ao próximo.

 

      Nossa gratidão a todos aqueles que nos ajudaram nas mais diversas formas de educação, nos exemplos, nas correções, nesta que representa uma das mais nobres missões do ser humano, que é educar para um futuro melhor.