Estas
lembranças nos convidam a refletir sobre a importância dos educandários que
existiam até bem pouco tempo atrás no século passado, instituições forjavam
caráter, constituíam valores, que hoje não mais existem , razão da decadência
que vivemos.
Estudei o
primário em um Grupo Escolar mantido pelo estado, cujas lembranças me são muito
gratas, de guarda pó engomado, calças azul marinho, sapatos com solado de pneu,
com uma pastinha debaixo dos braços com um caderno, lápis, borracha e
apontador; quanto orgulho e sonhos se passavam por nossa mente infantil.
Lembro-me do primeiro dia de aula, da doçura da dona Amanda, já falecida,
professora que nos alfabetizou, dos puxões de orelha, e até das reguadas que
nos dava, cobrando capricho na caligrafia, e disciplina . A escola continua a
mesma de mais de cinquenta anos atrás, no mesmo local, edificação deteriorada
pelo tempo, tudo muito mal conservado, retrato fiel do comprometimento e
importância que os governos dispensam para com a educação.
Escolas
privadas de qualidade destacam-se ainda hoje no cenário do ensino, a grande
maioria de fundamentação religiosa, representaram importante papel na formação,
seja no modelo de internatos, sistema existente de exitosos resultados, ou
turnos integrais como forma de manter o aluno ocupado, ativo nas diversas
maneiras de aprendizado, porém as oportunidades ainda são muito restritas, a
grande maioria não tem acesso a escolas de qualidade.
Acompanhei
os desfiles alusivos a Independência e Revolução Farroupilha, e observei com
muita emoção dois grupos de instituições, um coordenado pela Brigada Militar e
outro pela Polícia Civil. Trata-se de iniciativa que inclui crianças de vários
bairros pobres dos cinturões da miséria e violência da periferia da cidade, os
chamados Pelotões Mirins de policia, que ideia maravilhosa Ruy, todos fardados
marchando com disciplina, que projeto digno de render as mais dignas homenagens
aos seus idealizadores que certamente com escassos recursos criaram este belo
exemplo de cidadania.
Eu não
concordo com as chamadas cotas de acesso a universidade, penso que trata-se de
diferenciar, segmentar raças, preconceitos, coisas que nossa cultura ainda não
havia sido estimulada; o caminho mais justo seria disponibilizar a todos o
mesmo tratamento, as mesmas oportunidades, os mesmos acessos. Hoje já se fala
em criar cotas reservadas para acesso as carreiras públicas, logo mais vem
alguma lei obrigando a iniciativa privada a ceder vagas com este mesmo
objetivo. A única orientação governamental de inclusão social que acho
maravilhosa, são a cotas destinadas a pessoas portadoras de alguma deficiência
física ou mental, esta sim resgata o sentimento de solidariedade, de respeito,
de convivência harmoniosa, exercício de amor ao próximo.
Nossa gratidão a
todos aqueles que nos ajudaram nas mais diversas formas de educação, nos
exemplos, nas correções, nesta que representa uma das mais nobres missões do
ser humano, que é educar para um futuro melhor.