Li agora o relato do Previdi no seu indispensável blog, da morte de um amigo dele. E termina dizendo que banhou seu teclado de lágrimas ao terminar de digitar.
Pois comigo aconteceu mais vezes isso também, só que duma feita inutilizei todo o Notebokk de tantas lágrimas.
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Um dia, na estradinha de chão que liga o asfalto com minha estância, ví um filhote de pastor alemão, sorrindo, ao lado de uma bolsa vazia de sementes. Alguém o abandonara ali, mas ele pensava que fora colocado para guardar e zelar pela bolsa. Na volta, lá continuava ele, todo molhado pela chuva. Parei a caminhonete e ele me " rosneou". Fui tenteando e ajeitando até que ele concordou em vir comigo " deusde" que eu deixasse ele vir com o saco plástico vazio.
Eu já tinha um outro cachorro da raça e dei aos dois os nomes de Debby e Lloyd.
Debby logo se tornou meu dono, exigia exclusividade, lamuriava-se à minha porta quando eu não estava e ouvia o ronco de minha caminhonete a dezenas de kms e ia esperar no mata-burro. Só se acalmava depois de duas horas de afagos.
Passaram-se os anos.
Um dia meu capataz me liga durante o dia. Maus presságios.
- doutor , seu cachorro tá muy mal!
Só deu tempo de eu abastacer e me toquei na hora para a estância enquanto ia dando instruções.
Cheguei e o pobre cusco estava morrendo.
Quando falei com ele ele levantou a cabeça, que acariciei. Ele deu um pequeno uivo e faleceu.
Quando comuniquei ao meu filho Rudolf não conseguia digitar pela inundação de lágrimas.
Debby está sepultado no nosso Cemitério de Campo.