Quando assumi meu cargo de juiz em Santiago, anos 70, havia famílias abastadas, donas de fazendas e tal. Anos depois, quando retornei, eram outros os cancans da cocada preta, como se diz no vulgo. E assim vai a roda. O patriarca morre, os filhos repartem os tarecos e pouco depois a fazenda é vendida.
Há pouco tempo um fazendeiro aqui de perto vendeu seu campo e veio outro dono, lá de Santa Maria.
Daqui das casas eu via o movimento do novo e feliz proprietário: tratores, caminhões, carros passando num frenesi. Nova sede, novas mangueiras, poço artesiano.
Agora vejo um monte de carretas passando , carregadas de gado, levando tudo para um remate.
Dois anos e o feliz proprietário desacorçoou. Está liquidando seu gado, arrendando seus campos.
É a roda da vida girando no seu louco curso.
A propósito,voltava da Arena do Grêmio com o Paulo Sérgio, passávamos pelo Bairro Navegantes e víamos as ruínas das antigas firmas poderosas de trinta anos atrás.
Sic transit gloria mundi....
Mas enquanto isso, vou timoneando e seguindo longe de qualquer " democracia corinthiana". Sempre com medo de não receber e com medo de não poder pagar.
Pagando e recebendo no vencimento, gastando menos do que se ganha... é por aí.