Nossa casa é muito boa e se situa a uma quadra do mar.
Mas sempre me intrigou o por que de tantos amigos se mudarem para os condomínios fechados.
Ontem reccebí o convite do meu amigo Julinho para jogar um tênis com ele, seu filho e o Ney Arrruda Filho no Lagos Park em Atlântida.
No pórtico de entada, cancelas eletrônicas, identificação. Em seguida uma moto foi à minha frente me guiando por alamedas gramadas e floridas até a casa de Julinho que, por sinal, é vizinho do Guiñazu. De lá, sempre dentro do codomínio, fomos de carro até o ginásio de esportes jogar tênis.
Vi crianças andando de bici e outras jogando futi em gramados de " bermuda green".
Tudo asséptico.
Mas fiquei pensando: para dar uma caminhada no mar tem que ir de carro. Se a mim me der vontade de fazer xixi, é só caminhar uma quadra e depois retomar meu footing. Faltou pão? não dá para mandar a empregada dar um pulo na padaria. Vai ter que emprestar a Ferrari para ela ou você mesmo ir .
Fiquei pensando com meus botões: e o alegre alarido dos lixeiros, correndo atrás do caminhão aqui na minha rua, os caras são uns atletas, estão sempre rindo e pedindo um troco. Eu os espero sempre todas as manhãs para os saudar.
E os caminhõezinhos que vêm de Maquiné, cheios de milho verde, rapaduras, abacaxis e até galinhas vivas? E os nordestinos vendendo suas redes? e os carrinhos de sorvete e picolé depois do meio dia?
Não vacilo um segundo: fico aqui na minha fortaleza. Sozinho, como prefiro, ou social quando quero.
Os condomínios são lindos. Mas porque não os fazem então ao lado de P. Alegre, já que não tem mar, nem aragem, nem vendedores de picolé com suas buzininhas?