Não sei não, mas parece que depois da onda irresistível do " meu filho não vai passar o que eu passei", do " quero dar a meus filhos tudo o que tive", do " prendam suas cabritas que meu bode está solto", vem aí uma fase mais razoável de uma geração de jovens adolescentes.
Até posso estar dizendo bobagem, que não é bem assim, mas deixem eu contar o que se passa perto de mim.
Meu filho de 15 anos me pediu licença, isso mesmo - não impôs - para convidar dois colegas de aula do Rosário de P.Alegre, para virem passar conosco uns dias na praia. Perguntei quem eram, ele me disse os nomes, já os conhecia e concordei. Antes, porém, falei a eles que havia condições: teriam que se adaptar às normas da minha casa.
Gozado, nenhum dos guris tinha tatuagem, nenhum bebia nada de álcool, não apresentavam jeito de quem puxasse fumo. Passaram os dias jogando futebol e na piscina e, subsidiariamente, ficavam na internet. Muito menos tempo do que eu.
Vinte por cento falavam nas gurias, trinta em futebol e o restante em vestibular, vestibular e vestibular. Um deles, que agora vai para o 2. ano do ensino médio, tentou Matemática na UFRGS, só para pegar experiência.
Muito conversaram comigo sobre Direito, sobre negócios, sobre política.
À noite iam lá para a v. Central de Atlântida azarar as meninas. Normal. Na volta passava-os em revista em busca de halitose alcooólica.
Aos 15 anos eu fumava cigarros e bebia uma cervejinha escondido.
Esses aqui, se continuarem assim, terão um bom futuro.
Estarei enganado?