segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
SENTIMENTOS CONTRADITÓRIOS
Telefona-me angustiado meu capataz Luiz César.. Os colegas empresários rurais em geral sabem que um telefonema durante o dia só pode ser zebra.
Ví que era ele, pelo visor do celular e relutei em atender. Afinal estou em férias idílicas, Xangri La está o máximo, muito peixe, camarão, bastante exercício, emagreci bastante, 5 kms de caminhada por dia, mais o tênis, vai tudo bem, até a guriazinha, minha filha Rita Helena passou no exame da OAB ( ela meio estranha os sofrenaços que lhe dou mas é para seu bem, se criou longe de mim), mas resolvi atender.
Luiz César tem o mau hábito de iniciar suas más notícias assim:
- nos deu uma zebrinha doutor....
( uma das zebrinhas foi a morte de 60 novilhas que adquirira e que morreram de mio mio; outra, um campeão da Expointer pelo qual paguei uma fortuna e que não me deu uma cria sequer, morreu; outra, um raio no nosso transformador...).
- que foi Luiz César?
- pois atearam fogo nas macegas do corredor e destruiram quilômetros de nossa cerca, com arames partidos, tramas e palanques queimados...
- alaputcha, mas o que houve?
- diz que foram os...
Aparteei-o de vereda
-para aí que vamos levar um dano moral no rabo, não faz nada, to indo amanhã cedo.
Pois é meus leitores: essa é a vida... Interrompo minhas férias e levo Rudolf de capanga.
Como se diz - é ruim, mas é bom...
Mas que estressa, estressa.... a gente vai cansando...
Eu vou indo triste, brabo, decidido a arrrendar tudo.
Mas sei que quando chegar, abro as janelas da caminhonete e sinto o cheiro da pampa, a cuscada sorrindo para mim, minha peonada... e tudo vai passar.
Tomara, meu pavio é curto.