Como aquela foto impressa vai perdendo a " virtude", as cores tomam tonalidades hiperbólicas, inverossímeis, minhas recorrências ao mundo no qual imergi por um tempo esmaecem-se.
Emigrei para me tornar rural. Era meu sonho. Mas o tempo rural é moroso, sobraram horas. Resulta que me tornei povoeiro, mas de um povo onde as horas também não passavam, pois cada caminho tem seu trote. E cada roca com seu fuso, cada roça com seu uso.
Amanhã é dia de tornar a ser rural por uns dias. Minha alma remancha e reluta. Teme a concretude, que é bem pior que a idealização.
Vem-me à lembrança Karel Kosik com sua Dialética do Concreto. A concretude pouco tem a ver com a criação fenomênica do espírito.
Se é que me entendem.....