* Comme d'habitude, cada 15 dias vou ter com Nico lá na rua santa Terezinha. Falou-me que convolará justas núpcias com sua gentil e jovem noiva , a Anitinha, dia 12 de junho. Pena que, na data, estarei visitando as favelas de Áustria e Hungria, sem deixar de visitar o túmulo de Mozart em Salzburg. Disse-me mais: que casará usando um traje gaúcho, com casaco preto e todas as suas condecorações no peito.
Mas bah! o homem está apaixonado mesmo.
Desta feita foi ele que me indagou se na intimidade das casas dos " alemães" havia preconceito com negros. Respondi-lhe que na minha não: nossas duas empregadas negras faziam as refeições conosco e eram tratadas por " senhora" . Ficaram anos conosco. Tínhamos, sim, preconceito contra a preguiça e acordar tarde.
Falamos, ainda, em amores bruxos e, para não deixar passar a ocasião, de música e cavalos.Nico é dos raros que sabe ouvir música de bico fechado. ( Não gosto muito de tocar para mais de duas pessoas, pois é comum que falem enquanto toco, o que considero uma grossura).
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* Já com Mendelski converso sobre usos e costumes. Deixando a política meio de lado, pois ali não troteamos sobre o mesmo trilho, nos apraz mofar das nossas estruturas de poder. Temos em comum a aversão pelo simplório, pela ordem unida no vestir, pelas verdades incontestáveis, pelos números sem conferência jogados na mídia, pelo lixo espalhado nas calçadas e vias públicas e pela impunidade.
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* Veio me visitar para ficar comigo um par de dias meu amigo de raiz, Rui Sulzbacher que, ao contrário do que dizem das visitas, não foi como o peixe que fede ao terceiro dia. Passamos charlando durante três dias e três noites e tomando vinho a partir das 19 hs pontualmente. Só que ele, lá pelas 16, alegando que nalgum lugar já eram 19, iniciava sua "Weinprobe". Tão impressentido como veio, sumiu sem alarido numa madrugada, retornando à sua caverna de eremita lá na montanha, entre Canasbeach e Jurerê City.