terça-feira, 29 de agosto de 2023

SEM PARAR O PANO

 TITO GUARNIERE

 

SEM PASSAR O PANO

 

Faço uma breve revisita aos assuntos da semana. Uma repassada – sem passar o pano.

Chegou aos olhos e aos ouvidos da Inteligência do governo que certos setores do bolsonarismo andam se movimentando para agitar o Sete de Setembro que se aproxima. Não surpreende. Essa gente se apropriou dos símbolos nacionais como a bandeira, e querem tomar para si também a data nacional. Só por essas atitudes já deveriam merecer, isto sim, o repúdio nacional. 

Mas não creio que desta vez eles terão a folga que usufruíram em 8 de janeiro. O governo já está bem mais estruturado, todos nós já sabemos do que os "patriotas" são capazes quando se reúnem para manifestações. Além disso, o Exército parece ter aprendido a lição e não existem mais os acampamentos ao redor dos quartéis. Antes as nossas briosas forças armadas não notaram o viés golpista daqueles ajuntamentos. Ou notaram e por isso não fizeram nada? 

Mas os efeitos nefandos do janeiraço ainda persistem. Em Porto Alegre um vereador da cidade fez aprovar na Câmara Municipal a criação do Dia do Patriota, escolhendo a data de 8 de janeiro para a "comemoração". Era o que faltava, mas não vai colar.

Vira e mexe, o enxofre do imposto sindical invade os ares, vindo de onde é mais óbvio. Desta feita, quem sugere o ressurgimento é o ministro do Trabalho, o notório Luiz Marinho(PT). Eles não gostam que chamem de "imposto sindical". Mas imposto é. Por que o que eles querem – mesmo, de verdade – é uma contribuição voluntária, porém obrigatória, se me entendem. 

O deputado Aécio Neves às vezes volta ao noticiário. Ele provocou o presidente Lula, que havia instado o povo brasileiro a pedir desculpas a Dilma Rousseff pelo impeachment. 

O que me chamou a atenção foram os comentários de leitores na Folha. A maioria era de petistas, dizendo que Aécio era corrupto e não tinha moral para falar de Dilma. Ora, Aécio – que não é meu personagem predileto – é tão ou mais inocentado pela Justiça quanto Lula. Assim, a Justiça que inocentou Lula foi honorável e justa. Porém se a mesma Justiça inocentou Aécio isso não importa: ele continua sendo corrupto. 

O PT está buscando uma forma de compensar Dilma pelo impeachment. Uma ideia: a devolução simbólica do mandato presidencial que lhe foi retirado. Tudo bem, sendo simbólico não vai doer. Mas que se imponha uma condição : que o discurso de "posse" seja em idioma dilmês.

 O Brasil foi vítima de mais um apagão. Janja, a primeira-dama, antes mesmo de qualquer investigação lascou o diagnóstico: foi por causa da privatização da Eletrobras. E todos aqueles apagões que aconteceram durante anos a fio antes da privatização foram por culpa de quem? Não seria da Eletrobras estatal?

 

Foi a mesma coisa com os desastres da Vale de Brumadinho e Mariana. Os anti privatistas se apressaram em culpar a Vale privatizada. Se esqueceram um detalhe: as duas

barragens que ruíram , causando destruição e mortes, foram construídas quando a Vale era estatal.

 As esquerdas, os petistas em geral, estão enfurecidos com a atuação de Cristiano Zanin. Todos os votos do indicado de Lula no STF parecem formulados por um ministro "terrivelmente evangélico".

 

titoguarniere@terra.com.br

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

SANTIAGO E OUTRAS PROSAS

 Por uma questão de negócios acabei chegando a uma solução interessante e inesperada. 

Como já falei várias vezes, tempos atrás fui designado para Juiz de Direito em Santiago. Dois anos depois fui promovido por merecimento. Andei por várias Comarcas e acabei chegando em Porto Alegre. 

Entrementes conheci uma moça, durante uma festa de aniversário.  Ela era de Santiago. Tudo isso alguns já sabem.

A família dela tinha raízes fortes na pecuária. Acabei comprando glebas de campo, quando já estava aposentado. Isso em Unistalda, ao lado de Santiago. 

O preço do campo estava barato e fui comprando áreas contíguas.  Consegui fazer muitas melhorias e tive algum  sucesso, até em exposições na Expointer.

Posteriormente fui fazendo alianças e a verdade é que meu filho Rudolf melhorou as coisas ainda mais.

Fizemos melhorias e benfeitorias como açudes, cercas e galpões.

Construímos uma ótima casa na própria fazenda, com muito conforto. 

Certo dia me foi oferecida uma casa em Santiago. Achamos que seria uma boa compra.

Santiago é uma cidade limpa, pequena, feliz, todos se conhecem. 

Muitas residências antigas, mas bem cuidadas e limpas.  

A propósito a nossa cara Rosane de Oliveira diz: “somos responsáveis pela aparência de nossas cidades”.

Maristela e eu começamos a passar sete dias por mês em Santiago.

Estou revendo amigos de outros tempos. 

O pessoal tem um costume fantástico. Tu te encontras no  supermercado com um conhecido e é aquela abração de quebrar costelas. A pergunta principal é “tá bem de saúde”?

Enfim, quase  todos se conhecem, por nome e tudo.

O trânsito  é calmo e cordial como se fosse em cidade européia.

Posso me dar como um homem feliz. 

Em primeiro lugar está minha querida Santa Cruz do Sul onde nasci e cresci.

Peço desculpas ao louvar outra cidade. Mas vale a pena conhecê-la.

Mudando de saca para mala gostaria de falar um pouco sobre o papel importante do Agro. Ele nos salva da fome. No entanto, a maioria das pessoas está em outras atividades. Mas sem comida, fica difícil a vida, para não dizer impossível.  

Há uma busca incessante por terra, tanto para a agricultura quanto para a pecuária. Quase ninguém a vende.

Nossa família, por sinal, não vende por preço nenhum nossa fazenda.

A cada dia há mais necessidade de meios de transportes, e o problema grave é a precariedade das nossas estradas. 

Exemplo: tu estás numa rodovia mas não tens como sair de atrás de um caminhão. 

Volto ao assunto.


quinta-feira, 10 de agosto de 2023

SOBRE LULA

 Depois de ser promovido de Santiago do Boqueirão fui atuar numa entrância maior, a Comarca de São Leopoldo. Fiquei uns tempos e fui promovido a Porto Alegre, na época de entrância final. De início mantive minha morada ul última aem São Leopoldo, indo todos dias para Porto Alegre. Posteriormente me fixei em Porto Alegre.

Voltemos agora a São Leopoldo. Certo dia quando eu já havia voltado para a advocacia, um colega de Novo Hamburgo me convidou para irmos observar a chegada de Lula, que falaria para altos próceres, só gente graúda.

O salão estava lotado e me sentei nas cadeiras bem perto do visitante. Decidi, antes da fala, cumprimentar Lula, que estava suando copiosamente, segurando um copo com um líquido parecido com guaraná, com cubos de gelo. Apertei sua mão e voltei à minha cadeira.

Lula se saiu bem e foi  aplaudido.

Num outro momento o vi do alto do meu apartamento no edifício em frente ao palácio do governo do Estado, oitavo andar. 

Pouco antes das eleições passadas houve uma multidão para aplaudir Lula. Assisti ao que disse Lula e a cada tanto lá vinham aplausos. Me alegrei porque não houve problema algum. Inobstante achava que a quantidade de pessoas não era tão grande. Pensei que Lula perderia. Estava com rouquidão, mas discursava bem.

Houve a eleição e se mostraram coisas inimagináveis, tais como a invasão do Congresso Nacional.

Vale dizer que na primeira eleição votei em Simone Tablet, com quem  troquei  conversas. 

Votei em branco na segunda  por não me sentir bem com nenhum dos dois  candidatos.

Mas espero que Simone Tebet venha mais forte  na próxima eleição.

Tenho uma preocupação. Notadamente Lula é monoglota. Ao que consta não domina nenhum idioma geral. Não há, todavia, como negar a inteligência do nosso presidente.

Lula está com 77 anos de idade, assim como eu.

A diferença é que ele nitidamente tem problemas de saúde talvez não graves.  

Eu pratico todos os dias caminhadas ou tênis. Mesmo assim às vezes me esqueço de algumas coisas.

Bem, desejamos que Lula cuide com sua idade. Que sua esposa  continue zelando por sua saúde, como o fez em sua privação de liberdade.

Creio que temos dois ótimos senhores nos  seus cargos, tanto no  Senado Federal, Rodrigo Pacheco, como do Arthur Lira, firme e forte na Presidência da Câmara Federal.  

Me preocupa o “toma lá, dá cá” com as nomeações.

Haverá  troca-troca aos seis meses?

Mais: que não comecem de novo as invasões de terras! Vai dar problemas para todos.

(Um forte abraço ao Sr. Arcélio Back, da Cereais Back de Vera Cruz, admirador desta coluna e do jornal).

(Colaborou Maristela Genro Gessinger)