quinta-feira, 29 de abril de 2021

A AMAZÔNIA É NOSSA, MAS....

 Vamos combinar. Nossa solitária arca azul está doente. É carga demais, os oceanos estão poluídos, os rios cada vez mais se apequenando, os cursos d'água se entregam num zás, bastam umas semanas sem chuva e já viram um lodaçal. 

Se  não fôssemos tão predadores, ainda assim a barca estaria com muitos problemas.

Não há mais noites. 

No Brasil e em alguns países vizinhos ainda há florestas. Em outras latitudes medram ainda  “ rain forests”.

Poder-se-ia dizer que  vários  países fizeram horrores com o meio ambiente. Criaram desertos, acabaram com seus cursos de água.

 Agora: que sofram as consequências? Não é assim, não pode ser assim. Os danos estão aí, na maior parte irreversíveis. Não adianta alegar que os próprios  Estados Unidos  acabaram com várias raças e espécies. Não resolve dizer que a Europa só fez danos. Não resolve pensar: a mata amazônica é do Brasil e azar do guarda. 

A continuarem as queimadas na Amazônia a Terra inteira vai sofrer graves consequências, temos que admitir.

Não gostei nem um pouquinho da arrogância do Biden levantando-se da cadeira e se ausentando quando o Presidente brasileiro  ia falar naquele encontro semana passada.   Quem foi ofendido não foi Bolsonaro e sim os brasileiros.

Não tiro a razão de quem entenda que o Brasil tem que cobrar e bem caro para preservar a “ Hiléia brasiliensis” . Acontece que estamos em desvantagem na discussão. Não adianta dizermos que os demais países que se virem. Meu receio são medidas graves que os poderosos  poderão impor. O Brasil hoje só não está pior  por causa do Agro. No Agro somos primeiríssimo mundo. Não fôssemos nós os agricultores, os que plantam, os que põem comida na mesa tanto na nossa como na dos estrangeiros, a coisa seria muito mais  feia.

Temos que negociar, conversar, acertar as coisas com jeito.

Mas cada centímetro de nossa terra é sagrado e não se pode admitir controles externos. Isso é inegociável.

Bolsonaro não é nem nunca será um personagem  afável, conquanto não se possa apontar nada em desabono à sua honra. Nem Lula se presta. Quem vai querer sentar à mesa com alguém cheio de processos?

Nas minhas viagens por vários países em anos passados, o Brasil sempre era louvado e querido pela alegria de nossa gente. Nossa diplomacia era algo primoroso.

Hoje já há muito ressentimento contra nós.

Meu sonho é que o próximo presidente seja um homem que deu certo na vida, uma mulher que tenha sido um exemplo de parcimônia . Pessoa que pondere antes de falar. Que se rodeie de assessores experientes e sérios.


terça-feira, 27 de abril de 2021

SOBRE O EX JUIZ MORO

 TITO GUARNIERE 

 

ASCENSÃO E QUEDA 

 

O ex-juiz Sérgio Moro foi da ascensão à queda em pouco tempo. Mas não pode culpar ninguém, a não ser ele mesmo. Descobriu tarde demais que a glória é efêmera, que os aplausos de hoje podem se tornar os apupos de amanhã. Duvido que Moro, hoje em dia, ande com a mesma pose nos lugares públicos, e receba os mesmos aplausos de quando viajava em aviões de carreira e frequentava bons restaurantes. 

 

O azar de Moro foram as gravações da The Intercept Brasil. Ah, mas eram gravações ilegais! Eram. Mas de forma torta se escrevem, às vezes, linhas certas. Não há como tapar os ouvidos, fechar os olhos, e ignorar as maquinações sombrias daqueles personagens conspícuos – o juiz Moro, policiais federais e procuradores da Lava Jato. 

 

Até então, deu-se de barato que ele tenha liberado para a mídia um telefonema grampeado entre Lula e Dilma, que detonou uma manobra astuciosa do governo do PT: fazer Lula ministro da Casa Civil, dando-lhe foro privilegiado e parando a ação penal que corria a todo vapor na Vara de Justiça Federal de Curitiba, em que Moro era o juiz. Tudo estaria bem não fosse um pequeno detalhe: o grampo da ligação entre Lula e Dilma era totalmente ilegal! 

 

Igualmente, deixou-se para lá que, em momentos decisivos de duas eleições presidenciais, Moro autorizou a divulgação de trechos selecionados da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em 2014, e depois do ex-ministro Palocci, em 2018, ambas detonando o PT, acusando o partido do recebimento sistemático de propinas – notórias tentativas de influir no resultado eleitoral. 

 

Não foi possível, afinal, ficar entre quatro paredes, depois da Intercept Brasil, as combinações espúrias, os conchavos ilegais entre o então juiz Moro e membros eminentes do Ministério Público da Lava Jato, que resultaram na ação frenética de obter a condenação de Lula, e desse modo afastá-lo da sucessão presidencial em 2018. 

 

O primeiro dever do juiz é a imparcialidade: como aceitar que ele faça combinações com a autoridade policial, com o Ministério Público? Fazer arranjos com o Ministério Público, como fez Moro sem medo de ser feliz, é a mesma coisa que fazer arranjos com os advogados de defesa. 

 

Poderia terminar aí, com as queixas normais de quem foi prejudicado, como Lula. Mas aceitar o convite de Bolsonaro para ocupar o Ministério da Justiça, foi como uma confissão de culpa. Como alguém que chegou tão alto na avaliação dos seus contemporâneos, pode cometer um erro dessa magnitude? 

 

Daí em diante, tudo deu errado. No Ministério da Justiça, desconhecendo os meandros da política e o funcionamento dos Poderes – era um especialista da província, dos feitos exíguos de um juizado – saiu humilhado, posto na rua por um governante rude e impolido. 

 

Agora, Moro trabalha para a empresa de consultoria Alvarez & Marsal, que faz o "compliance" da empreiteira Odebrecht, cuja má fama ele ajudou a construir. 

 

Moro foi declarado suspeito pelo Supremo Tribunal Federal, nos processos em que condenou Lula. Não é algo de que ele possa se orgulhar. Ser um juiz severo era pouco para quem queria ser o salvador da pátria. 

 

titoguarniere@outlook.com

segunda-feira, 26 de abril de 2021

VACINA TETRAVALENTE CONTRA GRIPE

 Acabo de fazer a vacina tetravalente contra gripe numa Panvel da Rua da Praia, em P. Alegre.

Muito capricho e atenção, poucas pessoas na fila. Não demorei mais que 5 minutos. Recebi uma carteirinha preenchida com meus dados e os da vacina. Posso viajar tranquilo.

O preço é 89 reais.

Penso que quem puder deixar o SUS mais folgado, em favor de quem não tem muito dinheiro, que vá nas farmácias-clínicas e faça sua vacina.

Sempre cerca de 20 dias depois da última vacina contra o corona vírus.

MEU BLOG ULTRAPASSA BARREIRA

 Agradeço a todos que acessam meu blog que acaba de ultrapassar 1.507.000 acessos. 

Não é uma marca como a de tantos outros, mas me alegra já que tenho certeza que quem me acessa são amigos queridos.

Um tempo atrás eu postava todos os dias. Hoje reduzi essa frequência para uma ou duas vezes por semana.

Grande abraço a todos. E muito obrigado.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

ESTÁTUA EM VIDA?

 Acordo e pego o celular para ver a hora. Geralmente desperto pelas 5 da manhã. Quero saber a previsão do tempo. Mas o locutor está falando sobre a pandemia, quantos morreram aqui e em todo país.Fujo dessa estação e passo para outra.

Nas TVs abertas são doses e doses de pandemia.

São raras as emissoras cujos apresentadores vêm com matérias outras, como economia, perspectivas, assuntos agradáveis.

Só me resta desligar e acionar o Spotify procurando música erudita. Após um tempo canso de estar deitado e me levanto. Leio as matérias de quatro ou cinco jornais.

A maioria das colunas de opinião espelham a guerra  de Bolsonaro e sua grei contra os antibolsonaros.

Enquanto isso a Ufrgs não consegue levar a cabo seu vestibular deixando os pretendentes a uma vaga numa espera injusta.

Passo para o caderno de esportes.

Antes gostaria de dizer que tive um pouco de experiência no futebol.Fui o primeiro vice-presidente ao ser fundado o Cruzeiro de Santiago, que até hoje promove um torneio de jovens. Esse time chegou a ser profissional, mas não deu certo por causa das despesas.

Mais tarde, já em São Leopoldo, participei da ressurreição do Aimoré, que estava fechado há anos. Assumi a presidência do Conselho Deliberativo e, com vários participantes, sanamos todas as dívidas , fazendo com que o Aimoré voltasse aos gramados.

Aí aprendi a conhecer melhor o jogador de futebol.

Frequentemente vinha um atleta dizendo que não tinha condições de jogar porque  faltou um remédio para a mãe.  Muitos se envolviam em romances problemáticos  com moças frequentadoras dos alambrados nos treinos. Pronto, lá tinha que ir algum diretor  tentar sanar o problema.

A maioria dos jogadores de futebol são monoglotas. Poucos se interessam em estudar. Não se preocupam, em geral, em aprender inglês ou espanhol.

 Clubes  organizados como Internacional e Grêmio cuidam das divisões de base, dão toda a assistência. Mas a maioria dos demais clubes recebem candidatos a atletas com sérios problemas.,

Todavia  posso garantir que mesmo os jogadores de Inter e Grêmio não estão aptos , na maioria, a entender o espanhol e muito menos o inglês. 

Pois o  Inter contratou um treinador que fala espanhol e que nenhum esforço faz para falar português. No fragor do jogo, fica berrando instruções que seus pupilos não entendem.

Não entendi a razão de os clubes contratarem técnicos estrangeiros .Via de regra não dão certo.

Pergunta: depois da estátua em vida , se convidado por outro clube,Renato jogará contra o Grêmio? Ou ficará só jogando vôlei em Copacabana?

Estátua em vida???


quinta-feira, 15 de abril de 2021

SOBRE NOSSOS MILITARES

 O falecido Nico Fagundes, com quem privei centenas de tertúlias, adorava visitar nossa fazenda, era cheio de citações e provérbios. Também vivia repetindo que jamais conhecera um caso sequer de alguém que tivesse cumprido o serviço militar e não saísse orgulhoso e agradecido. Um dia me perguntou: “ Alemão, tu serviste no Exército?” Eu respondi que não porque tinha me inscrito no CPOR em Porto Alegre e fora dispensado por excesso de contingente. Recebi o certificado de 3a.categoria e prestei juramento à bandeira nacional.

Tempos depois , já com 22 anos e cursando a Academia de Polícia concomitantemente com a Faculdade de Direito da UFRGS, tive contato com muitos professores militares, entre os quais o Coronel Pedro Américo Leal, de quem fui grande admirador.

E é verdade: nas cidades em que exerci meu cargo de juiz, sempre me dava bem com os militares. 

Em Santiago, que tem quatro quartéis,  fui muito amigo do General Heraldo Tavares Alves, frequentador como eu da igreja católica. Por sinal, como eu já sinalei, de homens éramos só ele e eu na igreja aos domingos.

Nunca jamais , conquanto no período de exceção,  fui coagido como juiz e nunca me veio ao conhecimento nada ilegal.


Creio que o nosso Presidente, por não ter cursado os degraus superiores do oficialato, não tenha haurido completamente as praxes e cerimônias que se esperam de um oficial.

É certo que quando há um desfile do Exército não há quem não se emocione com o garbo dos soldados e oficiais.

Há pouco fui tomar minha segunda vacina no Drive Thru do Barra Shopping. Já desde a rua os soldados do Exército iam ordenando o ingresso.Vinham pelas filas e indagavam se era a primeira ou segunda vacina. Se fosse a segunda, pediam que se acionasse o pisca-pisca. Isso facilitou sobremaneira o andamento da vacinação.Com todos que falei na ocasião a impressão era uma só: aqui tem comando!  Até disse para um amigo: esses militares não precisam gritar,  a farda é sua força.

Com maestria o alto comando das Forças Armadas, segundo intuo, abortou completamente a possibilidade de um golpe. Acabou esse caminho. Hoje tudo é universal e a instauração de um regime de exceção arruinaria nossa Economia e as relações com os países que negociam conosco. O Brasil é excelente em muitos setores e muito bem aparelhado no agronegócio. 

Temos que ser mais diplomáticos e cordatos para com as nações amigas. Poucos países têm tudo o que temos, não tem cabida fomentar atitudes que não trazem nada de bom ou útil.   

Não olvidemos que um mau acordo é melhor que uma boa demanda.


terça-feira, 13 de abril de 2021

IMPORTANTE TEXTO DO DR. JOÃO-FRANCISO ROGOWSKI

 

Templos de Deus não são menos essenciais que os templos comerciais

 Por João-francisco Rogowski,

Jurista e Teólogo

Na sexta-feira à noite (09/04/21) a Suprema Corte dos EUA derrubou, pela quinta vez, as restrições do Estado da Califórnia à reuniões religiosas como, encontros de orações, aulas de estudo da Bíblia e congêneres.

A ordem liminar do Tribunal seguiu as anteriores, revogando as limitações ao comparecimento aos templos de adoração.

Segundo o jornal The New York Times, edição de 10 de abril de 2021, os Magistrados da Suprema Corte americana expressaram impaciência com o tribunal federal de apelações na Califórnia, dizendo que havia repetidamente desrespeitado as instruções da Suprema Corte. “Esta é a quinta vez que o tribunal rejeitou sumariamente a análise do Nono Circuito das restrições da Covid da Califórnia ao exercício religioso”, disseram eles como ficou consignado no acórdão.

Ainda segundo o The New York Times, os Juízes disseram  que a Califórnia violou a lei suprema dos Estados Unidos ao desfavorecer os cultos religiosos. “A Califórnia trata algumas atividades seculares ​​de maneira mais favorável do que o exercício religioso, permitindo salões de beleza, lojas de varejo, serviços de cuidados pessoais, cinemas, suítes privadas em eventos esportivos e concertos e restaurantes internos”, registrou o acórdão.

Como se constata, a Suprema Corte Americana não apenas garantiu a liberdade de culto e adoração, mas, sobretudo, assegurou a liberdade de escolha do cidadão, de decidir por si próprio se quer ou não participar de encontros de fé.

A intervenção estatal justificar-se-ia se as pessoas estivessem sendo compelidas, coagidas, a participar das assembleias religiosas, mas a contrario sensu, quando essa participação é questão de livre escolha do cidadão, não compete ao Estado intervir, exceto, para fiscalizar o cumprimento dos protocolos sanitários, como distanciamento e o uso de máscara por exemplo.

Sinto-me profundamente envergonhado quando comparo a decisão da Suprema Corte dos EUA afirmando que, os Templos de Deus não são menos essenciais do que os templos comerciais, com a decisão do nosso Supremo Tribunal Federal, que decidiu contra a liberação de cultos religiosos e missas durante a pandemia.

A pandemia está prestando um grande serviço à nação brasileira, separando o joio do trigo, mostrando quem é quem. Nunca se viu tanta hipocrisia e corrupção no Brasil, como agora.

Milhões de pessoas em “prisão domiciliar” perdendo seus empregos, empresas falindo às centenas, mas estranhamente o crime organizado reina soberano nas mais diversas áreas, a começar pelas baladas clandestinas, seguido pelos bingos, cassinos, casas de prostituição, tráfico de drogas, tudo funcionando clandestinamente como sói acontecer, debaixo das barbas das autoridades.

Uma significativa parcela daqueles encastelados no poder tem nenhuma preocupação com a vida ou com a saúde da população, usam de sofismas, de argumentos com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, enganando deliberadamente o povo. Objetivam na verdade o ataque sistemático e o consequente desmonte dos valores mais preciosos à sociedade brasileira, como a Família, Fé, Liberdade e seu consectário lógico, a Livre Iniciativa.

Parabéns aos Magistrados da Suprema Corte dos Estados Unidos da América por assegurarem a liberdade do povo!

"Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor". (Salmos 33:12)

quinta-feira, 8 de abril de 2021

AINDA AS MUTAÇÕES

 O que os alemães querem fazer ou deixar de fazer depois da pandemia?

O informativo alemão Tagesschau fez uma pesquisa.


62% dos alemães irão preferir passar a cumprimentar as pessoas de forma gentil, sem mais dar as mãos;

79% querem continuar a passear, passear muito;

31% pretendem comer menos fora e passar a cozinhar mais em casa;

23% querem futuramente passar a trabalhar em casa, mantendo um escritório residencial para o seu trabalho;

35%  querem continuar a usar máscara de proteção quando frequentarem lojas ou usarem transporte público.


O primeiro item é bem sugestivo. Um pouco antes de se iniciar a pandemia fui com minha mulher ao Rio de Janeiro para encontrar um empresário alemão. Alfred é casado com uma brasileira mais jovem que ele, mas se entendem muito bem.No inverno europeu Alfred prefere ficar no belo apartamento do casal em Copacabana. Quando chega a primavera o casal zarpa para sua casa em Baden Baden.

Ele tem a minha idade, mas sempre me trata por senhor e não tem jeito. A esposa, carioca, passa falando: “ ó Alfredii, larga dessa bobagem, fala você”. Meu amigo dá de ombros e me dá senhoria, o que faço também. Na véspera de eles voltarem para a Alemanha, após o almoço regado com muito vinho, dei um lance: “ Herr Alfred, darf ich Sie umarmen?”. (Posso te abraçar?)E antes que ele respondesse já atraquei nele um abraço daqueles da campanha gaúcha. Ele meio “tastaviou” mas gostou muito. 

Quanto a passear, isso está no DNA não só alemão comodo europeu. Eu também adoro passear, mas sendo Brasil a gente sempre tem que cuidar para não se meter num lugar  ermo. Infelizmente é assim. No tempo em que ia frequentemente à Alemanha uma das coisas que mais gostava de fazer era andar pelas trilhas e bosques, sem nenhum receio de assalto e essas coisas.

Quanto a comer menos fora e cozinhar mais em casa, eu sou fã incondicional. Como é bom preparar calmamente um prato, com muita salada, carnes magras que deem exatamente  na medida da fome, para não haver muitas sobras.

No que tange ao “ home office” penso que é irreversível a tendência. Todavia muita gente vai ter que se reciclar. Deverá haver uma peça na casa em que não se ouça muito barulho de fora, ou entra e sai de familiares. Nem todas as casas se prestam a isso. Mas  a poupança é grande quando se pode fazer o trabalho remoto, principalmente nas metrópoles.

Finalmente o uso de máscaras mesmo sem pandemia. 

Creio que esse ítem vai se impor em lugares de aglomeração. Não esqueçamos que em seguida vem a vacinação contra a gripe. E essa  também derruba.


quinta-feira, 1 de abril de 2021

SERÃO PERENES ESSAS MUDANÇAS?

 Até vários anos atrás a maioria das casas de praia eram espaçosas mas abrigavam móveis e utensílios que vinham da moradia da cidade quando seus ocupantes faziam melhorias. Digamos assim: a casa da praia era um depósito de móveis usados.

Numa época em que as mulheres em sua maioria ficavam em casa cuidando dos filhos, as pessoas abriam a casa da praia em fins de dezembro. As mulheres e as crianças ficavam até início de março. Os maridos vinham aos fins de semana. 

Com a chegada de março a casa era fechada para só muito eventualmente ser reaberta num feriadão.

Eu gostava muito de passar mais tempo na praia. Mas podem crer, era uma solidão de dar medo ficar durante o inverno. Eu sempre dormia com a Frau Glock debaixo do travesseiro. Não poucas vezes fui obrigado a dar uns tiros de alerta para cima ante atitudes suspeitas na rua.

Com o surgimento do fenômeno dos condomínios fechados as casas já tinham requintes modernos, sendo que muitas vezes a morada  da praia era mais confortável do que a da cidade.

Todavia havia poucos  e pequenos mercados. Frutas eram difíceis de aparecer. Tinha-se que trazer quase tudo da cidade.

Aos poucos, comecei a gostar muito de ficar na casa da praia. Fui conhecendo os meandros: onde comprar lenha para o churrasco e a lareira; onde pedir ajuda para pequenas obras e, principalmente, onde jogar tênis. Daí a formar um grupo de watts foi um pulo. Claro que ficou estipulado que o watts era só para combinar jogos nas quadras cobertas da Saba. Nada de política.

Com a chegada em massa de aposentados que cada vez mais ficavam na praia por largos períodos, começaram a brotar, em todos lugares: ótimos supermercados, clínicas , oficinas, casas de móveis, restaurantes, pets etc..

Com o fato  de famílias inteiras migrarem para a orla, ocorreu um “boom” na indústria da construção. Já não há mais distinção entre inverno e verão no litoral.

Quase todo o trabalho  hoje é feito de modo remoto. Então para que ir pessoalmente a uma reunião?

Meu escritório no Edifício Tribuno, bem como quase todos outros, está deserto. Para que sete salas? para que uma secretária? Hoje a maioria dos jovens advogados prefere marcar suas reuniões em salas compartilhadas.

Nos tribunais os servidores se apertavam nas salas. Hoje ficam um ou dois de plantão e os demais estão em casa cumprindo suas tarefas. Acabou-se o tempo do processo físico.

Para que vão servir esses enormes palácios agora?  

Volto na próxima semana com mudanças que ocorrem na Alemanha.A Tagesschau publicou uma enquete interessante.